Você certamente já ouviu falar em fobia dental: o medo exagerado de ir ao Dentista. Sabia que, segundo alguns autores, cerca de 8% a 15% sofre desta condição? Já o restante associa as visitas ao gabinete dental com uma sensação de mal-estar ou ansiedade. Na maioria dos casos a fobia dental se origina de alguma experiência traumática no gabinete dental, que podem ser:
- Complicações em procedimentos,
- Tratamentos dolorosos,
- Interacções negativas com o dentista, caso o médico tenha sido demasiado frio ou indiferente.
As vivências pessoais no gabinete não são as únicas causadoras do medo dental. Histórias de terceiros com experiências traumáticas ou retratos negativos da Odontologia em séries ou filmes também contribuem com um efeito negativo para a fobia dental.
Este medo com frequência impede que muitos pacientes visitem o gabinete dental de maneira regular ou que até negligenciem a higiene bucal diária, o que ocasiona em problemas como má saúde periodontal ou cáries.
Neste post de blog, gostaríamos de compartilhar com vocês algumas pontas sobre como atender a pacientes que possuem medo de ir ao dentista.
1 – Antes de começar: O ambiente na clínica.
A ambientação da clínica possui um papel significativo em desencadear o medo ou a ansiedade dental. É essencial que as recepcionistas, enfermeiras e higienistas dentais criem um ambiente confortável. O personal deve-se portar de maneira positiva e amigável, jamais devem pedir a informação ao paciente de maneira apressada. Tocar música suave, evitar fortes luzes e utilizar tons frios também ajudam a tornar o ambiente menos ameaçador.
Além disso, deve-se atentar para que os pacientes ansiosos não esperem muito tempo, pois assim têm menos tempo de presenciar experiências negativas de terceiro e adicionalmente, filas de espera mais longa lhes dá o tempo de relembrar estímulos intimidantes.
Algo muito importante a ter-se em conta é a isolação acústica do gabinete, pois os sons emitidos pelas costuma ser um forte desencadeador de ansiedade.
2 – Primeiros passos: A comunicação é a chave.
Para manejar a ansiedade e o medo, construir um bom relacionamento entre o paciente e o dentista é essencial. Vocês devem sempre se comunicar de maneira bilateral.
Durante a primeira consulta, deves esforçar-te para criar um relacionamento de confiança com o paciente, sempre a assegurar-lhe se seus sentimentos de ansiedade são completamente normais e evitar frases em negativas. Como por exemplo, em lugar de dizer “Você não deveria ficar tanto tempo sem se consultar com um dentista, pois isto contribui com uma má saúde oral”, experimente dizer “Que bom que você veio se consultar! Não se preocupe, nunca é tarde demais para colocar em dia a sua saúde oral”
Além disso, o dentista deve:
- Apresentar-se e conversar de maneira tranquila e pessoal com o paciente,
- Escutar ao paciente com atenção e calma, sem julgar ou diminuir os seus medos e angustias,
- Manter o paciente sempre informado do que farás e encorajá-lo a que faça perguntas sobre o tratamento, ainda que seja durante o mesmo,
- Sempre perguntar-lhe se está a sentir algum desconforto e dar apoio moral durante o tratamento,
- Dar todas as informações necessárias sobre o problema, opções de tratamento e procedimentos de prevenção.
O paciente deve estar convencido de que suas preocupações são levadas a sério e de que pode confiar no dentista. Respostas claras, honestas e directas são as ideais, e lembre-se sempre de evitar garantias falsas, o que danifica a confiança.
A comunicação não verbal também não deve ser esquecida. O toque pode ser uma boa maneira de reconfortar ou controlar o paciente. O dentista deve sempre manter o contacto visual e mostrar que o está a observar. Evite movimentos bruscos e empatize com o paciente: para descrever o procedimento use palavras fáceis e que ele possa entender.
3 – Técnicas de relaxamento: Relaxamento muscular progressivo de Jacobsen.
Caso tenhas se deparado com um paciente que sofre com uma agravada ansiedade, te preparamos este passo a passo desta técnica que é a mais comummente ensinada aos pacientes. Ela consiste em tensionar grupos musculares específicos por 5 a 7 segundos, seguido de 20 segundos de relaxamento. Este método pode ser facilmente ensinado no gabinete, porém vos presenteamos com este infográfico de passo a passo para que possa compartilhar com seus pacientes!
Esperamos que tenham gostado de nossas pontas! Sintam-se à vontade para compartilhar este infográfico informativo com os seus pacientes, sejam nas redes sociais ou no gabinete dental.